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No curto prazo, retomada não deve provocar inflação

No primeiro trimestre, o IPCA acumulou alta de 2,06%, que recuou para 1% nos três meses seguintes.

Autor: José Júlio SennaFonte: Valor Econômico

Os economistas não veem riscos de forte aceleração da inflação no curto prazo por conta da retomada de um ritmo mais acelerado da atividade econômica. No primeiro trimestre, o IPCA acumulou alta de 2,06%, que recuou para 1% nos três meses seguintes. O Santander calcula que o PIB cresceu 0,9% entre abril e junho, o que significa um resultado anualizado de 3,7%, dentro do limite - entre 4% e 4,5% - de crescimento potencial considerado sustentado pelo banco, sem riscos de repique inflacionário.

O problema, diz Luiza Rodrigues, economista da instituição, está na retomada da atividade nos próximos meses. "Projetamos crescimento de 1,3% para o terceiro trimestre, o que vai representar taxa anualizada de 5,3%. Isso leva a crer que a inflação tende a acelerar, ainda mais em um quadro de taxa de juro ainda baixa, crédito abundante e massa salarial fortíssima", diz.

Mesmo assim, ela aposta que o Banco Central (BC) manterá a taxa Selic inalterada em 10,75% até o fim do ano, iniciando um ciclo de aperto monetário somente a partir do início do ano que vem.

O diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, avalia que os primeiros indicadores relativos ao terceiro trimestre apontam para uma recuperação moderada e não inflacionária. "Os estoques elevados de produtos como carros e aço, geram algumas restrições relevantes para um crescimento mais explosivo da produção industrial nos próximos meses", acredita. Barros projeta alta de 1,1% do PIB no terceiro trimestre. "Taxa compatível com a expansão potencial da economia."