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Projeto do governo prevê multa de até 30% do faturamento para empresas fraudadoras e corruptas
A medida faz parte do projeto de lei que está sendo elaborado pela Controladoria-Geral da União e o Ministério da Justiça.
Empresas envolvidas em corrupção, como fraude em licitações, pagamento de  propina, lavagem de dinheiro ou maquiagem de serviços e produtos fornecidos ao  governo poderão ser punidas com multas que variam de 1% a 30% do faturamento  bruto. A medida faz parte do projeto de lei que está sendo elaborado pela  Controladoria-Geral da União e o Ministério da Justiça. 
Entre as novas  punições previstas também estão o impedimento de receber benefícios fiscais,  fechamento temporário ou mesmo extinção, dependendo da gravidade do ilícito  praticado. Atualmente, segundo a CGU, a principal sanção aplicável às pessoas  jurídicas é a declaração de inidoneidade. 
Segundo o ministro-chefe da  CGU, Jorge Hage, a legislação brasileira atual é falha e incompleta em relação a  medidas repressivas diretas contra as empresas envolvidas em corrupção. As penas  mais fortes alcançam apenas as pessoas físicas dos dirigentes e empregados.  
- Mas é muito difícil, senão impossível, alcançar o patrimônio da  empresa para obter o ressarcimento do dano causado à administração pública -  analisou o ministro. 
A Lei de Licitações restringe-se a atos contra a  concorrência, e a punição mais pesada é a declaração de inidoneidade da empresa,  impedindo-a de participar de outras licitações. Não há previsão de aplicação de  multa, impedimento do acesso a incentivos fiscais ou a empréstimos de bancos  oficiais, e, muito menos, de se atingir o patrimônio das empresas, ainda que  comprovadamente envolvidas em corrupção. 
O projeto de lei amplia também  o rol das condutas puníveis, buscando, inclusive, atender aos compromissos  internacionais assumidos pelo Brasil. 
Fonte: Jornal O Globo