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Gerenciamento eletrônico e a interação com os clientes
12ª Convenção de Contabilidade
O painel  Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED) e Relacionamento com os Clientes  foi abordado pelo contador, pós-graduado em Controladoria pela URI e empresário  contábil Leonardo José Onofre e pelo contador, especialista em Contabilidade  Gerencial, Finanças e Controladoria, professor universitário, diretor do Sescon  Serra gaúcha, integrante da Comissão de Estudos de Organizações Contábeis do  CRC-RS, Joacir Luis Reolon. Eles falaram sobre a importância da aplicação de  metodologia de gestão eletrônica de documentos, pelas empresas de serviços  contábeis, e do gerenciamento eletrônico da relação com os clientes. Também  abordaram os demais aspectos que envolvem o relacionamento das empresas de  serviços contábeis com seus clientes.
Durante a explanação, Reolon  explicou que o Gerenciamento Eletrônico de Documentos consiste na utilização de  metodologia de armazenamento, organização, consulta e disponibilização ao  cliente, de forma eletrônica, de todos os documentos e relatórios produzidos  pela empresa de serviços contábeis.
A utilização do GED é recomendada  para todas as empresas de serviços contábeis, independentemente de tamanho. De  acordo com Onofre, os benefícios para quem executa o GED são a redução  significativa dos trabalhos de impressão e do custo com material de escritório,  agilidade do acesso aos documentos e informações, facilidade na organização dos  documentos e informações, melhoria da disponibilização e do acesso dos  documentos pelo cliente e a contribuição para a preservação do meio  ambiente.
No entanto, ele pontua algumas questões enfrentadas pelos  empreendedores que querem implantar o sistema. São elas: requisitos para sua  aplicação, necessidade de domínio de tecnologias de informática, mudança de  paradigma dos profissionais da Contabilidade, alteração nas rotinas internas nas  empresas de serviços contábeis e mudança de paradigma dos clientes de empresas  de serviços contábeis.
Para eles, o relacionamento com o cliente fica  muito fortalecido através do GED. “As tecnologias eletrônicas permitem gerenciar  de forma mais eficiente o atendimento às necessidades do cliente, possibilitando  a disponibilidade de tempo das empresas de serviços contábeis para o  relacionamento pessoal e proximidade com os clientes”, diz Reolon. 
O  aprimoramento no gerenciamento eletrônico de documentos, bem como do  relacionamento com os clientes, depende exclusivamente da conscientização dos  empresários no uso de tecnologias que facilitem e otimizem a execução dos  trabalhos, reduzindo o envolvimento em questões operacionais e aumentando a  disponibilidade de tempo para tratar assuntos estratégicos.
A comunicação não verbal a favor das relações
Uma das  palestras que mais chamou a atenção do público no primeiro dia de evento foi a  do advogado e mágico ilusionista Thiago Neves, mais conhecido como Kronnus desde  a sua participação nos programas Domingão do Faustão e Fantástico, da TV Globo.  Segundo ele, é possível desenvolver importantes técnicas de observação para se  obter informações valiosas sobre as pessoas e utilizá-las para melhorar seus  relacionamentos pessoais e profissionais.
JC Contabilidade - Qual o  objetivo principal da palestra Como Decifrar seu Cliente?
Kronnus -  Ensinar aos profissionais de venda, marketing e RH a técnica da leitura  fria, habilitando-os para um melhor relacionamento interpessoal em sua vida  profissional e pessoal.
Contabilidade - No que  consiste a técnica da leitura fria”?
Kronnus - É uma série de técnicas de  observação que, quando utilizada em conjunto com uma estratégia psicológica e  aliada ao conhecimento da comunicação não verbal, permite que você obtenha  informações valiosas sobre as pessoas.
Contabilidade - Que  mecanismos ajudam a desvendar a leitura não verbal e qual a melhor forma de  interpretá-la?
Kronnus - A comunicação não verbal não tem mistérios, para  desvendá-la basta observação. A interpretação deve ser sempre a mais objetiva  possível, a não ser que você já conheça a pessoa em questão e tenha algum tipo  de convívio ou relacionamento com ela.
Contabilidade - Como  usufruir a técnica no dia-a-dia?
Kronnus - Você pode, por exemplo,  distinguir quais pessoas são mais receptivas a você e quais são menos e,  principalmente, aumentar a receptividade das pessoas menos receptivas. A  palestra ensina a traçar um perfil do cliente ao conhecê-lo para se comunicar  com ele da melhor maneira possível, eliminando riscos de rejeição pessoal. Isso  pode ser útil em todo o convívio do dia-a-dia de uma empresa. Ao aprender essas  técnicas, é possível identificar com mais facilidade os anseios de seus  clientes, o que eles querem ouvir, o que eles querem comprar e, com isso,  satisfazer melhor suas necessidades.
Contabilidade - Ela é válida  também para questões pessoais ou funcionam apenas profissionalmente?
Kronnus  - Também vale para questões pessoais. Com essas técnicas, é possível  aprender, por exemplo, como entrar em uma roda de conversa fechada, quando se  deve ser mais agressivo e quando se deve recuar. A palestra tem inclusive um  tópico sobre paquera.
Contabilidade - De onde  surgiu a ideia de desenvolver esse tema em forma de palestra?
Kronnus -  Foi durante a gravação da série Operação Bola de Cristal, exibida pela TV  Globo, no programa Fantástico, em 2006. A série mostrava como os falsos videntes  utilizavam essa mesma técnica para impressionar as pessoas. A ideia surgiu  quando me questionei: O que será que podemos tirar de bom dessa técnica que  sempre foi usada para o mal? Assim nasceu a palestra Como Decifrar Seu Cliente,  que já foi assistida por mais de 10 mil pessoas em todo o  Brasil.
Planejamento é o norte para o profissional
O que é  melhor, um cavalo rápido ou um lento? Com o intuito de extrair das pessoas as  próprias respostas às suas perguntas, a coach Adriana Ferrareto conduziu a sua  palestra “Você Controla sua Carreira ou sua Carreira Controla Você?”, no último  dia de programação da XII Convenção de Contabilidade do Rio Grande do  Sul.
“Não é a velocidade que importa, é o caminho a ser seguido”,  respondeu ela mesma. “O que adianta ser rápido e pegar o caminho errado? Faça as  escolhas do seu caminho. Depois de definir isso, sim, vale a pena imprimir  velocidade à sua vida.”
Segundo ela, para controlar a própria carreira,  um profissional deve, antes de tudo, encontrar a missão da sua vida. “Entendo  missão por um norte, uma bússola. Não missão profissional apenas, mas no sentido  macro, do que vai realmente te fazer feliz”, disse Adriana, remetendo as pessoas  à reflexão. “É preciso se ter uma meta maior, encontrar uma missão de vida.  Saber quais são os valores que para você são inegociáveis, que norteiam a sua  vida. E depois ainda se questionar se eles são realmente  necessários.”
Após convidar os participantes presentes a fazerem um  balanço e repensar seus valores, Adriana Ferrareto falou sobre know-how. Em sua  opinião, as pessoas não sabem usar o seu know-how, o que justifica o fato de  muitos profissionais terem diversas qualificações e não conquistarem  sucesso.
Outra questão levantada pela coach foi em relação ao olhar que é  preciso ter para o impacto que causamos nos outros. “Mais do que saber qual é o  seu perfil, é preciso saber que impacto você causa. Será que o impacto que você  está causando no outro não está prejudicando seus resultados?”, questionou.  “Enquanto todo mundo trabalha currículo e curso, eu trabalho  comportamento.”
Um dos métodos usado pela coach para extrair traços da  personalidade das pessoas é pedir a elas que se deem nota de um a dez em  diferentes aspectos. Que nota se dá na área financeira? E para a intelectual?  Quanto a pessoa está cuidando da sua saúde? Quanto tem dormido? Que cuidados tem  tido com a alimentação? Tem feito atividades físicas regulares? Quanto trabalha  o seu lado social? Visita amigos? Convida eles para irem à sua casa? Manda  e-mails personalizados, sem ser spam? Faz networking? Essas são algumas das  perguntas levantadas por Adriana. “As pessoas precisam saber para quem pedir  ajuda, alimentar relações, manter-se atualizadas. Os outros devem saber onde  você está”, alertou.
De acordo com ela, os indivíduos não têm controle  sobre dois terços de suas vidas. “A grande questão é: quanto você tem feito por  si?”, provocou. “O grande obstáculo é saber aonde se quer chegar e 90% das  pessoas não sabem. Sabem apenas que querem ser felizes, mas não sabem como  conseguirão isso.”
Adriana procura ainda ensinar a desconstrução de uma  grande meta em metas menores, em ações contundentes, para se chegar onde se  quer. Outro fator importante é aprender a dizer “não”. “Por que é tão difícil  dizer não”? Na verdade, depende da forma como você encara. Não estou dizendo  ‘não’, estou dizendo ‘sim’ para o que é mais relevante agora. Por isso é tão  importante saber o que se quer”, frisou a profissional.
Engana-se, porém,  quem pensa que esse obstáculo é exclusivo às pessoas físicas. “Não saber o que  se quer ou onde se quer chegar é também uma dificuldade das empresas”, afirmou  Adriana. “A empresa recorta e cola as missões e valores de outras empresas, mas  o que realmente sabe é que quer vender e ter lucro. O quanto gestores e líderes  realmente se conhecem e conhecem seus limites? O quanto eles sabem compartilhar  com sua equipe suas metas? Esses gestores e líderes têm muita dificuldade em  assumir suas dificuldades.”
A coach chamou atenção para o fato de que as  pessoas normalmente trabalham no subjetivo, a exceção do departamento de vendas.  “Qual é a tangibilidade do seu trabalho? As empresas não têm indicadores. O  funcionário não sabe onde ele é importante para a empresa”, pontuou em sua  palestra.
E, para finalizar, concluiu: “É difícil convencer líderes e  gestores a serem estratégicos porque eles não veem como viabilizar o que foi  planejado. Pouquíssimas empresas no Brasil são definitivamente estratégicas”.